"Antes do Degelo", de Agustina Bessa-Luís

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Antes do Degelo, de Agustina Bessa-Luís. ISBN: 9789726654896. 371 pp. Guimarães Editores, 2004 

A figura do duplo está mais uma vez presente nas personagens José Rui e Genaro. O romance Crime e Castigo, de Dostoievski, actua como a interpretação dos sonhos. Como o sonho, ele desempenha uma função anti-cultural, protegendo o desejo de dormir e assim renunciando a qualquer problema cultural.
O tema da perversão (ingenuamente tantas vezes atribuído à escritora) e que constitui como tal um resto de moralismo burguês, está presente no convívio dos dois amigos e em todo o ambiente da sua educação.
A libido tem como reserva da sua actividade útil todas as infracções da moral vulgar. Inclusivamente o crime, tal como é cometido pelo estudante Raskolnikov. Como homem de cultura, ele tem de renunciar ao exercício do mal - o que, num rápido acesso da sua natureza arcaica, acaba por criar o conflito. Assassina a velha usurária para que a culpa lhe facilite o excitante necessário para se redimir.
Tese dolorosa e empolgante, a do homem a quem o factor da culpa é necessário para provar a sua humanidade.
O ser humano não pode viver a cultura senão com o sacrifício do seu destino arcaico. Esta é a experiência dos dois amigos que desenvolvem uma existência de acções da sociedade em que o proibido é, ao mesmo tempo, atraente e temível.
Críticas de imprensa
"(...) Agustina regressa com mais um magnífico romance (...) Na sua omnívora máquina narrativa encontramos tudo o que nos move ou nos inspira como criaturas humanas, desde as mais ínfimas particulas do quotidiano aos amplos horizontes metafísicos, onde mora também o sentimento de culpa (...)"
Fernando Pinto do Amaral, In Mil Folhas (Público), 02 de Janeiro de 2005

"Antes do Degelo na sua tríplice característica de rol de julgados, crónica de costumes e manual de inquisição, abre-se num florilégio de questões que, da paixão à morte, se detém concêntrica e repetitivamente sobre diferentes tipos de relações humanas, para mais alguns capítulos de uma luxúria narrativa sem par entre nós."
Carlos Bessa, In Expresso, 06 de Novembro de 2004 

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