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O Livro das Rainhas, de Joumana Haddad. Romance. Tradução: Laura Pedrosa. ISBN: 978-989-53486-9-5, Colecção: Mulheres de Palavra (n.º 21). N.º pp: 208. Sibila Publicações, 2024
Sinopse:
O que acontece às mulheres durante os conflitos no Médio Oriente
Um romance que desafia o abuso sistemático do poder das autoridades políticas e religiosas que continuam a esmagar vidas e sonhos de gerações sucessivas.
O Livro das Rainhas é uma saga familiar que cobre quatro gerações de mulheres apanhadas no remoinho trágico das guerras territoriais e sofrimento do Médio Oriente — desde o genocídio arménio e da ocupação israelita da Palestina até às guerras-civis modernas e aos conflitos entre cristãos e muçulmanos no Líbano e na Síria.
Quatro rainhas de um baralho de cartas a quem o destino deu uma má mão — Qayah, Qana, Qadar e Qamar — formam os ramos da mesma árvore genealógica, enraizada na sua terra natal apesar dos ventos fortes que tentam repetidamente afastá-las. Uma linhagem de mulheres invulgares, unidas através dos laços do sangue que lhes corre nas veias — que a violência foi espalhando ao longo das épocas —, cada qual com uma história profunda e todas com um poder inabalável feito da resistência, perante a adversidade de se ser mulher numa região dividida pela guerra.
Com uma perfeita mestria de escrita contemporânea, Joumana Haddad consegue construir um romance de intensidade extraordinária sem nunca se afundar no sentimentalismo ou na grandiloquência. Um romance de personagens inesquecíveis que nos revela a História Contemporênea do Médio Oriente e nos faz reflectir sobre o amor, a lealdade, a família, a coragem das escolhas.
Imprensa:
«Da premiada autora e jornalista Joumana Haddad, chega-nos uma narrativa a transbordar de História, identidade e conflito n’O Livro das Rainhas... Haddad não se esquiva às consequências devastadoras da violência política e religiosa. Permite aos seus leitores um olhar íntimo sobre uma família que foi forçada a fugir ao longo de mais de um século, recusando veementemente o papel de vítima que os políticos da região desejavam que adoptasse. O romance de Haddad é assustador, mas historicamente rico, com personagens que não se acobar- dam perante a adversidade.»
— Arab News
«Adoro este romance da Joumana Haddad, uma escrito- ra libanesa brilhante, líder no activismo pela igualdade, pelas liberdades individuais e pelo secularismo, e uma crítica feroz do sexismo no mundo árabe. O Livro das Rainhas é uma saga familiar que cobre quatro gerações de mulheres apanhadas no remoinho trágico das guerras territoriais e do sofrimento do Médio Oriente — desde o genocídio arménio e da ocupação israelita da Palestina até às guerras civis modernas e aos conflitos entre cristãos e muçulmanos no Líbano e na Síria. É uma leitura viciante — muito actual. Recomendo muito.
— Arab America
«O Livro das Rainhas de Haddad engloba um século de cataclismos levantinos... O romance abarca o genocídio arménio, a Nakba palestiniana, a guerra civil libanesa, a intifada do Líbano contra a «tutela» síria... A convergência entre as protagonistas do romance e os paroxismos históricos de violência é explosiva, enchendo a narrativa de suspense e emoção. O facto de todas as protagonistas serem mulheres acentua essas qualidades porque nesta história, tal como na vida, quando as pessoas são apanhadas numa guerra ou oprimidas devido à sua identidade nacional/étnica/religiosa, as mulheres e meninas aguentam os mesmos ultrajes que os seus congéneres masculinos — e mais alguns. Mas elas ripostam. E Haddad, desde há muito conhecida pelo seu feminismo, faz questão de mostrar o sofrimento, o estoicismo e a resistência de Qayah, Qana, Qadar e Qamar... Uma convergência louvável e, muitas vezes, pungente de vários eventos históricos violentos e disruptivos na trajectória de uma única família arménio-árabe. Uma família onde cada geração produz pelo menos uma menina-mulher obstinada, daquelas que tentam valentemente pôr um grão de areia na engrenagem deste genocídio ou daquela Nakba ou de outra guerra civil decidida a devorá-la a ela e a quem lhe é querido.»
— PopMatters Magazine